Compreendemos a necessidade de espaços dedicados ao ciclismo de estrada, onde apesar do crescimento constante do uso da bicicleta, ainda há pouco estímulo à modalidade esportiva, o que poderia revelar inúmeros atletas.
Porém, essa falta de incentivo leva atletas a treinarem em locais inadequados, como a Ciclovia do Novo Rio Pinheiros, onde diversas pessoas utilizam a bicicleta especialmente como lazer, transporte e contemplação com famílias, crianças, idosos e pessoas de diversas idades que estão aprendendo a pedalar.
O ciclismo esportivo demanda alta velocidade e performance, o que se torna perigoso quando o esporte é realizado em ciclovias, pois colocam em risco pessoas que gostariam de adotar a bike em seu dia a dia.
Com isso, boa parte dos esportistas acabam descumprindo a principal norma de segurança: manter-se a 20km/h, velocidades acima dessa média se tornam inseguras para o compartilhamento com iniciantes, pessoas que querem apenas curtir ou se locomover e ainda é perigoso para animais como capivaras, pássaros e lagartos, que cruzam a ciclovia a todo momento, sem aviso prévio.
Tal atitude no ciclismo, já fez o esporte praticamente perder espaço em locais consagrados como a USP, que restringiu a prática em horários bastante limitados, por conta da constante reclamação de estudantes e funcionários do campus, que se viam sem preferência nas faixas de travessia, diante das bicicletas em alta velocidade.
Por outro lado, o ciclismo esportivo precisa de espaços exclusivos, que não limitem a dinâmica de treino e possam proporcionar um local de suporte seguro para a prática de alta performance, pois infelizmente o ciclismo de “estrada”, não é possível ser realizado nas rodovias, tanto por falta de flexibilização de normas, junto às concessionárias dessas estradas, quanto pelo fator segurança viária e patrimonial, que foram alguns dos principais pontos mencionados por ciclistas da modalidade em uma pesquisa recente realizada pela Aliança Bike junto à diversas organizações de apoio ao esporte.
Uma das soluções apresentadas seria uma ação junto ao Governo do Estado de São Paulo e Cidade de São Paulo para a criação de APPCs (Áreas de Proteção ao Ciclismo de Estrada), que são locais totalmente dedicados ao ciclismo esportivo, assim como já ocorre em cidades referência no formato como o Rio de Janeiro, que fecham avenidas em determinados períodos para o esporte. Por aqui, partes da Marginal Pinheiros poderiam segregadas do trânsito em determinados dias e horários aos ciclistas proporcionando um local seguro de treino. Também há o Autódromo de Interlagos, que poderia haver uma flexibilização nos dias ociosos sem as corridas de automobilismo.
Já sobre a Ciclovia Rio Pinheiros, a administração tem feito um trabalho excepcional, revitalizando totalmente o local e trazendo cada vez mais pessoas para se aproximarem do rio, por meio da bicicleta. Mas entendemos que é muito importante rever algumas comunicações visuais, orientações e regras de uso, visando tornar a estrutura mais flexível, mais acessível e mais inclusiva. Menos regras, mais pessoas e o resultado são espaços mais tranquilos para todos.
Um espaço muito próximo, o Parque Bruno Covas, tem mostrado que é possível tornar espaços públicos democráticos para todos. A antiga Ciclovia da Margem Oeste, desde que se tornou parque, vem adotando todos os modais ativos, desde bicicletas, patinetes, skates, patins e também os corredores, que adotaram o parque como o principal point de caminhada em São Paulo.
É comprovado, que quanto mais pessoas ocupando os espaços públicos, mais calmos se tornam esses locais, o que é bom para todos. Obviamente ainda existem situações isoladas no parque, mas boa parte dos esportistas nem curtem pedalar por lá, justamente por conta da grande quantidade de pessoas em baixa velocidade, que em alguns dias, parece o Parque Ibirapuera. É lindo ver tantas pessoas usufruindo desse espaço!
Se temos exemplos assim no parque linear bem em frente, onde as pessoas pedalam com calma, sem preocupações e até lado a lado, como ocorre de forma muito similar a diversas cidades europeias (sem exagero), por que não podemos fazer igual na Ciclo Rio Pinheiros? Definitivamente não é normal alguém se sentir inseguro ao pedalar em uma ciclovia.
Precisamos de espaços mais seguros, compartilhados e inclusivos pra todos.
(Equipe Bike Zona Sul: Paulo Alves)
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Veja o post com orientações para convivência na Ciclovia Rio Pinheiros aqui.
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